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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Insistentemente o maldito toca o chão
Eu digo, berro, grito
Insisto:
"Não, mermão!"
Minha leitura se torna total
Com abstrações concretas
Creio então
No seu toque no nada
De tal forma, vôo.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

  São confusões
  São sensações
  As mãos
  Tão próximas do chão
  E o muro a ser desvendado por elas
  E a vida a ser continuada com elas
  E a bobagem a ser exposta por elas
  A falta de nexo a se repetir
  A obsessão pelo "Delete" a fugir.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Baila Comigo

   Estive pensando em fazer como Nietzsche: uma poesia por dia. Mas é perceptível para quem visita meu blog que eu não tenho dom para poesias. Então, resolvi continuar digitando minhas bobagens de sempre com gênero indefinido.
   Este período que nos cerca (político) aguça ainda mais - ou pelo menos era para aguçar - os critérios de avaliação utilizados para escolher um candidato, no entanto, o que eu vejo é a banalização da razão. Olha, povo, não deixe que a metodologia utilizada pelos grandalhões corrompa suas ideologias. Estas que tanto demoraram para que se fixassem.
   É importante que se saiba utilizar de maneira positiva as maravilhas que compõem o todo. Bailemos todos juntos neste momento eleitoral. E que esta "dança coletiva" se estenda por quatro anos. E que não ocasione o arrependimento.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Quem é ela?

   Ela acordou. A meio passo do incerto ficou na dúvida. Uma dúvida inalcançável. Uma dúvida de dor. E ao acordar, com a ajuda das pálpebras pesadas, olhou o movimento do mundo pela janela. Uma criança acenou com olhos de pureza - aqueles olhos que ficaram presos ao passado - a única coisa que restava daquela criança eram os ataques de distração, mas os motivos não eram os mesmos.
   Ela fitava a criança. Procura-se na criança e procurava a criança em si. Busca inalcançável. Assim como a dúvida. Respondeu ao aceno da criança balançando a mão esquerda enquanto a direita lhe devolvia seus sentidos e em um movimento brusco fechou as janelas.
   Aquele dia tinha tudo pra ser perfeito. O mais perfeito de todos. A noite tinha sido maravilhosa. Dormiu com um dos homens que sabia como lhe fazer bem. Mas pouco importava a noite, diante do nada acontecido. Da cabeça vazia que, como uma bomba de ar, se enchia e esvaziava em movimentos imperceptíveis.
   Ela, que se queixava por nunca ser notada, dessa vez foi notada por ela mesma, talvez. Sentou-se na lateral de sua cama, pressionando o corpo a toda extensão da cama em um movimento brusco na tentativa de reencontrar dentro de si aquele ser que movimentou a mão e mostrou um sorriso no início do dia. Uniu um sorriso de remoros, agarrou-se à segunda gaveta que se encontrava ao lado de sua cama e arrastou de lá uma "ajudinha" de retorno.
   Pegou o CPF na bolsa, jogou os farelos brancos sobre este e fez o serviço. "Ajudou-se!" Relembrou sua vida antes das "ajudas" e percebeu que não voltaria a viver como antes. "Ajudou-se" como ninguém e se lançou em uma gargalhada grave. Destratou o amor, e tornou a viver.
   Dormiu até nunca mais!
   Lá em baixo, a mãe da criança perguntou à menina pra quem ela dava tchau.
   - Eu não sei, mamãe! E a senhora?

Água não-água

De forma sem adiantamento
Aproximo-me de uma  sede
Sede esta que desconheço
E assim enfio goela abaixo tudo o que é permitido

Oh! Água límpida
Visita minha garganta que berra
Não te conheço, perfeita Água
Envolve-me como pode

Agarra-me
Toma-me
Tritura-me
Rouba-me

terça-feira, 20 de julho de 2010

Engoma

   Gestos relativamente simples e persistentes - com o auxílio de um instrumento literalmente quente - amansam a fera que está amassada. A massa amassada está fora do padrão. É necessário que o instrumento utilizado realmente sirva. A massa precisa ficar lisa; ela não pode deixar rastros de vontade própria. "Oh, massa imperceptível, você não possui vontades! Em ti eu mando! Por mim você é manipulada!" E é dessa maneira que, aos poucos, a massa vai aceitando o que lhe é imposto. A falsa - ou forjada - noção de beleza é assim: tudo liso! Segundo às vontades de quem manuseia o instrumento de temperaturas altas.
   E, finalmente, chega o momento em que a massa encontra-se em um estado de extrema perfeição. E este estado é preocupante, mesmo que não haja preocupação, já que o ápice não permite que a massa se manifeste, se desamasse ou se preocupe. E eu, encontro-me exilada da massa. Ocasionando a intranquilidade. O instrumento me desamassará! O instrumento me colocará nos eixos!
   E aquele amontoado de roupas, ou massa, estará completamente perfeito.
   Eu, vestido de tafetá, não posso me igualar à massa esticada. Mas é triste saber que o instrumento quente, o ferro de passar, jamais entenderá isso!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

   Sem formas
       São desejos
Ah!
       Estes que
   Me fazem querer
       Através do outro
Sem rótulos
  E
Sem sexo nexo!
  Volta aos desejos
     Retorno absoluto
E dúvidas se achegam
    Acompanhadas de um fim inevitável.
Seriam palavras jogadas?


                                                               Assassinado Por Maria Mariana
Gostar do padrão é tarefa fácil?
E viver o "padão"?

sábado, 5 de junho de 2010

Metrô

 Pétalas arregaladas em galhos negros
 Chuva seca, desconhecida.